domingo, 25 de setembro de 2016

História, Vampiros, a Legião Parte 3

Acordei na manhã seguinte (mas poderia muito bem já ter passado vários dias) sentindo uma tremenda dor de cabeça e com o corpo todo dolorido, num quarto bem pequeno. Eu não fazia a menor ideia de onde estava. Meus pensamentos estavam meio confusos (na verdade estavam muito confusos) por causa das coisas que tinham acontecido na noite anterior.
Eu tinha mesmo visto um lobisomem? Onde eu estava? Quem era aquela mulher que tinha me protegido ou pelo menos tentado? Aquilo tinha sido real?
Sentei na cama para reparar melhor onde estava. O quarto não tinha nada demais para falar a verdade. De um lado tinha um guarda-roupas e do outro um gaveteiro. Ah, e o quarto era de madeira.
Mas tinha uma janela.
Comecei a olhar pela janela para tentar saber onde estava. Do lado de fora, havia uma enorme floresta. Arvores e todo tipo de mata davam vida ao cenário que era praticamente branco por causa da neve e bem ao longe havia um rio ou lago. (Eu nunca aprendi qual era a diferença)
Então a porta se abriu e a mulher loira entrou.
– Bom dia, Christopher. Como está se sentindo? – Ela perguntou o mais naturalmente possível. Sua voz era doce.
COMO EU ESTOU? EU FUI ATACADO POR UM LOBISOMEM SUA MALUCA!
Mas eu apenas disse:
Ãhh... Eu não sei. Quem é você? Onde estou?
Não precisa ficar com medo. Meu nome é Aline. Você está em Algonquin Park agora.
Algonquin Park? Agora estava explicado o porquê de tanta mata. O algonquin Park é um parque (ou uma floresta. Talvez as duas coisas, pensem o que quiserem) provincial que fica localizado entre Georgian Bay e o rio Ottawa em Ontario. Sua extensão é imensa. Sua área tinha aproximadamente 7, 653 km quadrados (eu sabia disso porque já tinha lido sobre o parque uma vez), sua vegetação era bem diversificada e havia até alguns animais nele.
Aquela coisa que me atacou ontem, o que era aquilo? – Perguntei, já prevendo a resposta. E que resposta...
Acredite em mim. Aquilo era um lobisomem.
Ok! Imaginei que estava ficando louco. Lobisomens só existiam em filmes e livros, não era?!
Por que me trouxa pra cá? – Perguntei tentando tirar aquela informação bizarra da cabeça.
Aqui, no momento, e o lugar mais seguro pra você estar. – Ela falou de maneira calma. (Para uma pessoa que havia lutado contra um lobisomem imenso um dia antes, essa mulher era calma até demais). – Você está em um clã. Um clã de vampiros.
Ah, beleza! Aquilo foi á gota d’água. Aquela mulher estava me achando com cara de idiota, só pode. Lobisomens, vampiros aquilo era muita coisa para um dia só. Na verdade, aquilo era muita coisa para uma vida toda.
Olha, eu não posso negar o que eu vi ontem. Não sei se era um...
Lobisomem ou não, mas vampiros? Quer mesmo que eu acredite no que você está falando?
Ela me encarou fixamente por um segundo. Parecia estar me avaliando. Agora que ela estava de frente, reparei que seus olhos eram azul oceano. Seu rosto era lindo. Aquela mulher era de uma maneira esquisita e tentadora, diferente das outras mulheres. Não só pela beleza. Ela tinha algo mais...
Acredite se quiser! Mas você também tem sangue de vampiro Christopher. Seus pais eles eram...
Meus pais – eu interrompi – você conheceu meus pais?
Conheci. Seus pais viviam aqui, nesse mesmo clã. Eles eram vampiros também. O sangue de vampiro corre por suas veias.
Meus pais... Uma dor enorme invadiu meu ser. A dor da saudade. A dor da perda. Umas das piores coisas da vida e não ter seus pais vivos, para poder te aconselharem, para brigarem com você, para te amarem...
As lagrimas caíram de meus olhos de maneira natural e pela primeira vez eu não estava nem ai se alguém estava vendo.
– Eu sinto muito pela sua perda, Christopher! – Ela continuou. – Saiba que seus pais eram pessoas do bem. Eles amavam você.
Como eles morreram? – Perguntei.
Antes de você nascer, os lobisomens ordenaram um massacre a nosso clã. – ela explicou. – Por sorte do destino ou não, sua mãe acabou sabendo do ataque e o levou para morar com sua tia para que ela pudesse te proteger. Logo depois ela voltou ao clã e... – a voz dela falhou. Resolvi não tocar mais no assunto. Pelo visto era difícil para ela falar no assunto. E também era difícil para mim ouvir.
Ok, Ok! Então, digamos que eu acredite mesmo em você. – Eu disse, secando as lagrimas. – Então por que nunca senti nada diferente em mim? Quer dizer, se eu tenho sangue de vampiro em mim era para mim ser muito forte ou algo assim, não é?
Eu disse que você tem sangue de vampiro, mas não disse que você é um. Você tem que completar a transformação.
Bom, até que o que ela falava fazia sentido. Eu estava mesmo acreditando nas palavras dela.
Talvez eu seja realmente maluco, pensei.
Eu acredito em você! – Falei. – Não acho que tenha sido por acaso. Mas então, como faço para completar a transformação? Se meus pais eram vampiros, quero ser um também, assim poderei vinga-los.
Aline sorriu. Não sei porque, mas ela sorriu.
Vejo que você tem a mesma coragem de seus pais. Isso é bom. Mas não será tão fácil assim, Christopher.
E porque, não? Eu só preciso matar o desgraçado que matou eles...
E você acha que vai consegui matar uma alcateia inteira de lobos? Vai por mim, Christopher, nós já tentamos muitas vezes e falhamos. Não acho que agora será diferente.
Ah, que ótimo! Como você é otimista, Aline, pensei. Mas de uma coisa eu tinha certeza. Agora que sabia quem tinha assassinado meus pais, não iria parar até mata-lo.

Então o que estamos esperando? – Mudei de assunto. – Como me transformo em vampiro? Ah, e mais importante: não vai doer, vai? 

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